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PRODvoarteFRAGILE Projecto Europeu 2011 - 2013
FRAGILE é um projecto co-financiado pela União Europeia - Programa Cultura que visa a inclusão de deficientes visuais nas artes performativas, em países de pontos distantes da Europa, a partir da parceria entre as instituições Bærum Kulturhus (NO), Vo’Arte (PT), Universidade de Talin (EE) e Salamanda Tandem (UK) e que assenta nas experiências no âmbito da dança inclusiva dos coreógrafos Kjersti K. Engebrigtsen (Noruega), Ana Rita Barata (Portugal) e Ajjar Ausma (Estónia).
Com a duração de dois anos (2011-2013), incluiu workshops orientados nos 3 países parceiros, entre outras actividades formativas, culminando com a apresentação de um espectáculo dividido em três partes: Edge, Plexus e Touched, com estreia mundial nos dias 29 e 30 de Março de 2013 no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada, bem como num Simpósio com o tema FRAGILE? Dance, Arts & Visual Impairment, com decurso em Talin, 19 a 21 de Abril de 2013.
FRAGILE é um encontro de dois mundos onde bailarinos e intérpretes com deficiência visual procuram desenvolver uma linguagem comum, enquanto exploram a sua própria voz individual.
FASES DO PROJECTO Setembro 2011 > Julho 2012 1ª fase | formação
Kjersti Engebrigtsen colaborou com Ana Rita Barata e Ajjar Ausma na realização de 4 workshops direcconados a cegos e normovisuais, bailarinos e técnicos, em Lisboa e Tallin.
Em Portugal, foram 66 o número de pessoas que participaram nos workshops, com diferentes backgrounds, desde reabilitação a dança e outras terapias, bem como prática em diferentes áreas artísticas. Kjersti procurou nestes workshops a troca de experiências e conhecimentos entre bailarinos profissionais e deficientes visuais e a exploração de uma nova linguagem de movimento em conjunto.
Ao longo de todos estes workshops será feita a selecção dos intérpretes/bailarinos a participar no espectáculo final do projecto FRAGILE.
Agosto 2012 > Abril 2013 2ª fase | criação de um espectáculo
Os três coreógrafos criaram uma nova performance cada um, integrando intérpretes e bailarinos cegos e normovisuais. Em Portugal, Ana Rita Barata trabalhou com Luís Oliveira e Joana Gomes (intérpretes invisuais) e com Bernardo Gama e Sofia Soromenho (bailarinos profissionais).
Abril 2013 3ª fase | simpósio e digressão
Estreia Absoluta a 29 e 30 de Março no Teatro Joaquim Benite, em Almada
Apresentação no Bærum Kulturhus, Sandvika (Oslo, Noruega) a 16 de Abril e no KUMU Art Museum, Talin (Estónia) a 19 e 20 de Abril 2013
FRAGILE? Dance, Arts & Visual Impairment - 19 a 21 de Abril 2013 no Centro de Conferências da Universidade de Tallin +INFO
EDGE Momento ou espaço que corresponde ao fim ou ao começo de algo. Ou o quase. Ou a memória de um trajecto. Que não tem fim. É do dispositivo do desconhecido que partimos num percurso abstracto, que nos transporta ao mais concreto da vida - o início de tudo. O início de cada uma das trajectórias - quatro - numa memória sobre um limiar de alguma coisa. Uma luz, um buraco, um processo, a vida e morte - o início de tudo. Cada trajectória depende uma da outra, são pares mas diferentes entre si. Unem-se no movimento, criam um limite e depois dividem o espaço. Trocam material, recombinam, reduzem-se e separam-se. Geram uma história que começa e acaba ali mesmo - fica uma linha imaginária. Quem a vê é porque quer olhar.
Equipa EDGE
Direcção Artística| Ana Rita Barata e Pedro Sena Nunes Coreografia Ana Rita Barata Bailarinos & Intérpretes Bernardo Gama, Joana Gomes, Luís Oliveira e Sofia Soromenho Vídeo Pedro Sena Nunes Música Tiago Cerqueira Direcção Técnica & Desenho de Luz João Cachulo Figurinos Marta Carreiras Registo & Pós-Produção Vídeo Pedro Sena Nunes, Miguel Robalo e João Duarte Desenhos Sara Dias Escrita Joseph Lambert Fotografia Henrique Frazão Coordenação Projecto FRAGILE PT Clara Antunes Apoio à Produção Patrícia Soares e Darío Fernández
Notas biográficas directores artísticos EDGE
Ana Rita Barata (n. 1972) Estudou no Conservatório e no European Dance Development Centre da Holanda. Como coreógrafa e directora artística, trabalha com Pedro Sena Nunes desde 1994, junto de diversas comunidades com características especiais. É desde 1997 directora artística e programadora da Vo'Arte. É co-criadora da CiM - Companhia Integrada Multidisciplinar.
Pedro Sena Nunes (n.1968) É viajante, pai, realizador, produtor, fotógrafo e professor. Concluiu Cinema na ESTC. Co-fundou a Companhia Teatro Meridional com Miguel Seabra. Foi bolseiro de várias instituições. Realizou numerosos documentários, ficções e filmes experimentais. Conta com vários prémios e distinções nas áreas de fotografia, vídeo e cinema. Lecciona na ESMAE, IPA, SOU e ETIC. Consultor artístico e coordenador de diversos projectos artísticos.
Intérpretes
Bernardo Gama Bernardo Gama dançou em diversas Companhias, como Ballet Gulbenkian (PT), Grupo Corpo (BR), CNB (PT), Cullberg Ballet (SE) e Cie. Philippe Saire (CH). Desenvolve trabalho enquanto mimo, actor, coreógrafo e instrutor de Gyrotonic® e Gyrokinesis®. Docente na ESTAL, cursa o Mestrado em Dança/Performance Artística na FMH, investigação em circo e dança contemporâneos.
Sofia Soromenho Licenciada em Fisioterapia, realiza o bacharelato na ESD, frequenta a Danseacademie de Tilburg e conclui o Mestrado em Performance Artística-Dança na FMH. Realizou vários workshops e trabalhou como bailarina na CDA (PT) e com vários coreógrafos. Em 2011 realiza a sua primeira criação como coreógrafa: “Auto-transfusão”. Actualmente, é professora na ESTAL.
Luis Oliveira Trabalha como técnico de reabilitação na ADEB, é responsável no Espaço Música, grupo “Nota Contra Nota”, Espaço Arte e colabora com a revista Bipolar. É um profissional polivalente em várias áreas. Licenciado em Psicologia, frequenta o mestrado de Neuropsicologia aplicada, é mentor/coordenador do projecto "Fala-me de Música”, escreve poesia, toca e canta.
Joana Gomes Frequentou durante dois anos a Licenciatura de Ciências da Informação, na Faculdade de Letras da UP e realizou uma formação de informática adaptada com leitor de ecrã. Praticou vários desportos e frequentou o grupo de teatro de deficientes visuais da ACAPO, delegação de Braga.
PLEXUS Exploração da relação entre o espaço interno e externo, no seu caos e regularidade. Um conjunto, um labirinto de canais, onde a informação flui continuamente, onde os diversos contributos e coordenadas espaciais se fundem e partem para uma nova forma e composição. Pesquisa das diferenças a nível da cognição espacial e do movimento, na escuta e sensação dos sons e da música. Sobre a capacidade e vontade de entender distintas percepções e formas de cooperação.
Equipa PLEXUS Coreografia Ajjar Ausma Assistente Coreográfica Riina Ausma Bailarinos e intérprete Jaan Ulst, Kärt Tõnisson, Hedy Haavalaid Compositor Taavet Jansen Desenho de Luz Oliver Kulpsoo Figurinos Liis Plato Coordenação Projecto FRAGILE EE Karmen Ong
Nota biográfica coreógrafo PLEXUS Ajjar Ausma (n. 1977) estudou coreografia na Universidade de Tartu (Estónia). É actor, encenador, coreógrafo e bailarino no Cabaret Rhyzome, em Talin. Professor de dança e teatro físico, tem participado em vários projectos de artes performativas locais e internacionais.
Interpretes Hedy Haavalaid Hedy Haavalaid licenciou-se como secretária-geral em 1998, na Tallinn Sidekool. Até aí, as experiências que teve com movimento foram aquelas com que contactou na escola primária onde, durante 7 anos, participou nos treinos de um grupo de música popular. Em 2004, Hedy perdeu a visão e, em 2006, voltou a cruzar-se com a dança no curso de Dança Social (leccionado pelo professor Ülle Toming), organizado na Associação dos Invisuais do Norte da Estónia com o apoio do Fundo Europeu da Juventude. Desde então, Hedy tem participado em diferentes aulas de movimento, sobretudo Pilates e, ultimamente, yoga.
Kärt Tõnisson Kärt Tõnisson formou o Departamento de Coreografia da Universidade de Tallinn em 2003. A sua educação adicional tem vindo a ser obtida através da participação regular em aulas do estúdio de dança Fine 5 e em inúmeras workshops de dança contemporânia na Estónia e no estrangeiro. Enquanto dançarina e coreógrafa associada, Kart já participou em inúmeros processos locais e internacionais de dança performativa. Tem vindo a ensinar crianças desde há 6 anos, algo que não só é a sua ocupação principal como também é a sua fonte de inspiração enquanto dançarina.
Jaan Ulst Jaan Ulst é dançarino freelancer e coreógrafo. As suas principais colaborações têm sido com o Projecto Sally (Holanda) e com o teatro Vanemuine (Companhia de Ballet Vanemuine, na Estónia). É membro da União Estoniana de Artistas de Dança e do teatro de dança Tee Kuubis.
Taavet Jansen Taavet Jansen está envolvido com vários géneros musicais, desde o rock de garagem até à música ambiente, passando pelo contry bluegrass e o breakcoren. As suas criações variam entre performances de concertos de rock e generative algorithmic soundscapes. Expressa, em algumas partes, o performativo, e em outras os comportamentos baseados na matemática. Sendo director e coreógrafo, Taavet imagina música para as performances mais do que para os concertos.
TOUCHED Pode o toque unir as pessoas? É o toque concebido de forma diferente por deficientes visuais e por quem vê? Imagina tocar uma cara que não pode ver? Bailarinos que veem saltam até o outro para dizer olá, mas como podem eles saltar até alguém que é cego? Como é que uma pessoa cega salta até si? Touched é um encontro entre dois mundos. Os intérpretes procuram desenvolver uma linguagem comum e ao mesmo tempo explorar a sua própria voz individual.
Equipa TOUCHED Coreografia Kjersti K. Engebrigtsen Bailarinos e intérpretes Alexander Aarø, Nina Biong, Hege Finnset Eidseter, Geir Hytten, Katja Henriksen Schia Desenho de Luz Jan Erik Smedhaugen Compositor Knut Olaf Sunde
Nota biográfica coreógrafa TOUCHED
Kjersti K. Engebrigtsen (n. 1947) estreou-se como bailarina e coreógrafa em 1969 e o seu trabalho tem sido apresentado em teatros, salas de concerto, igrejas, museus e transmitido pela televisão. Mestre em Educação Aplicada a Necessidades Especiais pela Universidade de Oslo, tem trabalhado na área da dança com deficientes visuais.
Interpretes Nina Biong Nina tem uma licenciatura em dança contemporânea pela KHIO (Oslo) e é dançarina freelancer em Oslo, Noruega. Já trabalhou com os coreógrafos Ina Christel Johanessen/Zero Visibility Corp., Masja Abrahamsen, Gunhild Bjørnsgaar/Company B. Valiente, Vilde Sparre, entre outros. Tem vindo a trabalhar com dança, teatro físico, desafios musicais e textuais, bem como com vídeo-dança, desenvolvendo em simultâneo o seu próprio projecto coreográfico. Nina vive actualmente em Paris.
Geir Hytten Geir licenciou-se pelo Trinity Laban, em Londres. Enquanto dançarino, esteve principalmente sediado em Londres, onde foi coremember com a Punchdrunk. Actua também com a Complicite, o teatro de dança Vincent, a Frantic Assembly, The Featherstonehaughs, Daniel Kramer (Sadleŕs Wells) e o The National Theatre, em Londres/Escócia. Na Noruega trabalhou com a Impure Company e a Jo Strømgren Kompani.
Alexander Aarø Alexander tem uma licenciatura em dança pela Faculdade Norueguesa de Dança e pela escola Rick Odums, em Paris. Começou a tocar piano em tenra idade e aos 19 anos começou a dançar salsa Cubana. Nos últimos tempos, actuou com o Modern Dance Ensemble (Paris), no espectáculo “Svidd Gummi” em Askim (Noruega), e no filme “Mormor og de 8 ungene”. Actualmente, Alexander está a trabalhar em diversos projectos com as companhias de dança norueguesas Grenland Dansekompani e Karen Foss Quiet Works.
Hege Finnset Eidseter Hege é oriunda de Molde (Noruega), mas vive em Oslo. Estudou História das Religiões na Universidade e actualmente trabalha na Biblioteca Pública de Oslo. Em 1996, Hege conheceu Kjersti Engebrigtsen e em 2004 actuou na sua performance Fragile. Apesar de ser quase cega, Hege está convencida de que vê muito bem.
Katja Schia Oriunda de Oslo, Katja formou-se em Dança Contemporânea na Spin Off e na KHIO/Academia Nacional das Artes em 2009. Está, actualmente, sediada em Oslo como dançarina freelancer. Nos últimos tempos trabalhou com os coreógrafos Ingeleiv Berstad and Sigrid Edvardsson, entre outros, e começou a coreografar os seus próprios projectos. Além disso, Katja é também instrutora de yoga.
Testemunhos participantes Projecto FRAGILE
Joana Reais Pinto | Cantora, Performer e Designer (deficiência motora) Ganhei outra percepção do meu corpo, ganhei competências e abri novas portas na minha vida pessoal e profissional.
Ana Jesus Dias | Matemática Aplicada (deficiência visual) Acho que seria muito interessante haver em Portugal bailarinos deficientes visuais. A ideia geral é de que os bailarinos são perfeitos, lindos, jovens, ágeis. Não consigo explicar o quanto a ideia de um espectáculo de dança, onde participem bailarinos normovisuais e bailarinos cegos, é fascinante para mim. É como derrubar mais uma barreira, mais um preconceito. É tornar a integração, pela qual eu luto em cada dia da minha vida, mais real, mais efectiva.
Luís Oliveira | Técnico na ADEB (deficiência visual) A criação deste tipo de projectos é de toda a relevância para o cidadão com necessidades específicas e um exemplo de referência, por criar condições de trabalho que permitem desenvolver o potencial existente.
Sofia Ferreira | Bailarina O projecto Fragile contribuiu para que muitos invisuais pudessem encontrar na dança um espaço de liberdade que antes não conheciam e ultrapassar os condicionalismos que o viver diário numa cidade lhes impõe ao corpo e acima de tudo as barreiras mentais sobre aquilo que podem oferecer ao mundo da dança.
Mais informação: www.fragiledance.com/por
Agradecimento os parceiros e apoiantes: ACAPO, APCL - SCML, Fundação Calouste Gulbenkian (que financiou a áudio-descrição), APEDV, Gabinete de Referência Cultural da Câmara Municipal de Lisboa, Lisbon Almada Hotel, Teatro Municipal Joaquim Benite entre tantos outros que a título individual ou enquadrados nas suas instituições acreditaram neste projecto divulgando, participante ou simplesmente encorajando. |